segunda-feira, 30 de abril de 2012

O projeto Gutenberg é uma biblioteca on-line através da qual podemos aceder livremente a  livros eletrónicos. Tratam-se de títulos do domínio público (que não estão sujeitos a direitos de autor), valiosos para quem estuda, alguns dos quais são difíceis de obter de outra forma.

Eis alguns títulos de obras em português:

A relíquia, de Eça de Queirós


Paisagens da China e do Japão, de Venceslau de Morais

terça-feira, 24 de abril de 2012

Livro do Mês - Maio 2012


Os profetas
Alice Vieira
Caminho, 2011

«No ano de 1533, sendo rei D. João III, vivia na ilha de Porto Santo um homem chamado Fernão Nunes, por todos chamado Fernão Bravo. Na mesma ilha vivia uma sobrinha sua, moça de dezasseis ou dezassete anos, chamada Filipa Nunes, que estava havia muitos anos na cama.
Dizendo-se inspirados pelo Espírito Santo, tio e sobrinha declararam-se profetas. A sua pregação convenceu pobres e ricos, que renunciavam às suas vestes preciosas e partilhavam os alimentos, e até eclesiásticos, que na missa evocavam “São Pedro e São Paulo e o beato profeta Fernando”.
A heresia não podia ser tolerada. Após dezoito dias de “abusões” dos falsos profetas, os profetas foram presos e levados para a vila de Machico, sendo depois enviados para Évora. Fernão e Filipa foram aí expostos à porta da Sé, ela vestida, ele nu da cintura para cima, com um letreiro dizendo “profeta de Porto Santo”.
(…) Com base neste facto histórico, Alice Vieira recria de forma vívida os antecedentes e os dias exaltantes da pregação, os tormentos e as mortes infligidos pelas autoridades, e ainda a vida na Lisboa quinhentista, cidade cosmopolita e bela, mas sobre a qual se adensam as nuvens da Inquisição e do desastre nacional (…).»

Alice Vieira (n. 1943).
Licenciada em Literaturas Germânicas pela Universidade de Lisboa.
A partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional. Recebeu alguns prémios de literatura infantil e, em 1994, o Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da sua obra. 


terça-feira, 17 de abril de 2012

Feira do Usado

Livro do Mês - Abril


José Saramago — Clarabóia

“Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada, há um interior escondido”
Raul Brandão (citado em epígrafe)

“É a história de um prédio com seis inquilinos sucessivamente envolvidos um enredo. Acho que o livro não está mal construído. Enfim, é u livro também ingénuo, mas que, tanto quanto me recordo, tem coisas que já têm que ver com o meu modo de ser.”
José Saramago, sobre Claboia
   
Claraboia é um romance preocupado em compreender as pessoas. Fala delas com ternura e aceita-as com toda a sua agridoce humanidade, sem grandes juízos de valor acerca dos seus pecadilhos e das suas fraquezas. Um insistente tom realista ressoa no interesse que mostra pelas pessoas humildes, as pessoas que sobrevivem do seu trabalho e tentam ser o melhor que podem.
Grandes partes do texto movimentam-se rapidamente, descrevendo as ações das personagens; os diálogos têm uma grande importância na narrativa; esta desenrola-se em histórias paralelas e em cenas e planos que se sucedem rapidamente, resultando, por vezes, num texto gráfico, a que assistimos como um filme.
Terminada em Janeiro de 1953, Claraboia é o segundo romance de Saramago. Nele não reconhecemos facilmente o Saramago de Memorial do Convento ou de O Evangelho segundo Jesus Cristo, mas trata-se de uma boa obra de um escritor promissor. É pena não ter sido publicada mais cedo.

Recomendamos:
 josesaramago.org (fundação José Saramago)

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