quinta-feira, 3 de maio de 2012

Entrevista com Neil Gaiman

 
Neil Gaiman

Traduzido por Paulo Sousa a partir da entrevista incuída em GAIMAN, Neil Stardust, London, Headline Review, 2007, (9787 0 7553 37555) 2 p. 210-211


O que há de verdadeiro nas histórias de fadas?

Penso que todos os contos de fadas são em grande medida verdadeiros, a um nível macro, se não mesmo a um nível micro. Há uma frase da autoria de G K Chesterton que cito no início de Coraline, o meu romance para crianças. Diz ele que não é que os contos de fadas sejam verdadeiros, eles são mais que verdadeiros. E não são verdadeiros porque nos dizem que existem dragões, uma vez que todas as crianças sabem no fundo do peito que os dragões existem; são verdadeiros porque nos dizem que os dragões podem ser derrotados.

E penso que essa é a maior e mais importante parte de um conto de fadas. Eles dizem-nos coisas muito verdadeiras que não têm de ser pequenas verdades específicas.

Os contos de fadas passaram a ser coisas de crianças, mas não começaram por ser assim. Tolkien fez uma analogia com a mobília do quarto das crianças. A mobília não começou por ser mobília de um quarto de crianças; foi feita para adultos e estes puseram-na no quarto das crianças quando ela ficou velha e passou de moda.

No caso dos irmãos Grimm, eles andaram recolhendo e publivando as suas histórias pensando que as publicavam para adultos. Só depois de terem começado a receber cartas de adultos que compraram estas histórias e começaram a lê-las a crianças e a achar que não eram adequadas que os Grimm começaram a modificá-las.

Assim, Rapunzel, na primeira edição dos contos de fadas dos irmãos Grimm, diz à bruxa “Porque está a minha barriga a inchar? As minhas roupas já não me servem.” Enquanto que na terceira edição, nesse momento da história a bruxa descobre que ela se tem encontrado com um jovem porque Rapunzel diz algo do género de “Tiazinha, não és tão pesada como o príncipe”.

Começaram a suavizar a história desde muito cedo. E claro que Charles Perrault, no século XVII, quando ele contou estas histórias aos franceses, também as suavizou e lhes acrescentou pequenas observações morais.

Não me parece que alguma vez as histórias de fadas tenham começado por ser histórias para crianças; elas começaram por ser histórias destinadas a serem contadas às pessoas. Penso também que Feéria (no original: “Faerie”, o país das fadas) é a metáfora perfeita para inúmeros lugares, para inúmeras coisas e para inúmeras ideias, e é também um lugar maravilhoso sobre o qual se podem contar histórias. E em Stardust adorei contrastá-lo com os vitorianos de chapéus de côco.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dez espantosas bibliotecas de escolas básicas nos EUA


Dez espantosas bibliotecas de escolas básicas nos EUA

Tradução: Paulo Sousa
As bibliotecas são locais importantes para a educação nos primeiros anos das crianças, oferecendo aos jovens estudantes um local onde estudar, explorar e aprender. Quase todas as bibliotecas são capazes de impressionar as jovens mentes, mas há algumas que vão mais longe e mais alto do que é habitual. Estas bibliotecas são dignas de nota, seja pela sua programação ou pelas suas incursões nos novos media.

1. Far Brook School: Shakespeare ressuscitou na biblioteca de Far Brook. Logo desde o jardim de infância, as crianças estudam as obras de Shakespeare para levarem à cena uma nova produção em cada mês de Junho.

2. Clara BartonSchool: Como parte do projecto Robin Hood de Nova Iorque, algumas firmas de arquitectos remodelaram gratuitamente a biblioteca da Clara Barton , tranformando-a numa “B!blioteca” capaz de entusiasmar os miúdos.

3.TuckermanElementary School: À primeira vista, a Tuckerman não parece ser uma biblioteca incrivelmente impressionante. No entanto, impressiona por ter um catálogo publicado online, através do qual os estudantes podem procurar livros inclusive a partir de casa.

4. Barack andMichelle Obama Service Learning Elementary: Esta biblioteca foi requalificada como biblioteca/centro de recursos e é uma das maiores, com ca. 40000 livros na sua colecção.

5. East OaklandLibrary: A Acorn Woodland Elementary School não tinha uma biblioteca e os alunos tinham de ir buscar os seus livros a estantes móveis colocadas nos corredores. Mas agora, uma biblioteca da comunidade abriu as suas portas aos alunos, tendo chegado a abrir a uma porta específica para os alunos. A biblioteca oferece 30.000 livros, DVDs e Cds, bem como serviços de informática e cópias digitais de livros.

6. Broadmoor Elementary: A escola primária de Broadmoor beneficiou de melhoramentos levados a cabo pelos Target Volunteers e pela fundação The Heart of America. A biblioteca recebeu novos livros, meios tecnológicos, murais feitos à medida, cantos de leitura e outras coisas mais.

7. Lincoln AvenueElementary: A biblioteca da escola da Lincoln Avenue é um local onde se cultiva a imaginação. Dotada de uma nova biblioteca e de um centro de media, esta escola possui muitos e novos recursos educativos.

8. Richardsville Elementary School: A escola de Richardsville pertence a uma nova tendência de design de edifícios verdes. Toda a escola, e a livraria que nela se alberga, são de “rede zero”, gerando mais energia do que aquela que consome.

9. Mather Elementary School: A Mather Elementary School foi outra beneficiária dos melhoramentos levados a cabo pelos Target Volunteers. Não só a biblioteca recebeu novas obras de arte, meios tecnológicos e livros, como os alunos receberam alguns dos novos livros Home 7 para as suas colecções pessoais.

10. EdisonElementary School: Esta escola abriu os braços à internet, oferecendo recursos de pesquisa on-line e outros meios. Esta biblioteca tem um blogue, prove concursos e faz ainda outras coisas.

O texto original pode ser encontrado em:

As instalações BE

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