quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ensaio: O Estado deve comemorar feriados religiosos?


O estado deve comemorar feriados religiosos?

 Por Patrícia Baronet, 10.º C


Ao longo dos anos Portugal tem-se apresentado efectivamente como um estado católico, onde a fé católica tem-se alastrado entre a população e passado de geração em geração, encontrando, obviamente, pessoas mais resistentes que preferem seguir uma religião diferente de acordo com as suas respectivas crenças. Devido a uma larga maioria seguir o catolicismo, o estado português decidiu comemorar os respectivos dias simbólicos desta mesma religião, mesmo sabendo que “maioria” não significa “um todo”.
Na minha opinião, o estado deveria apresentar-se neutro a qualquer religião, não impondo feriados a quem não segue, neste caso, a fé católica. Ou seja, como obviamente nem toda a população é católica não deveriam ser obrigados a comemorar um feriado que efectivamente não lhes diz nada. Quando política e religião se misturam e o estado opta por ter como referência as crenças de uma certa religião, isso põe em causa o livre-arbítrio da população que não segue “aquela” religião. Nós, seres humanos, somos dotados de racionalidade e livre-arbítrio e a interferência do estado com esse livre-arbítrio não é admissível, ou seja, um indivíduo que não segue a fé católica não deveria ser obrigado a comemorar um feriado, que como já referi anteriormente, não lhe diz nada.
A situação económica em que Portugal se encontra actualmente também não é das melhores para a imposição de feriados religiosos. Países como a Alemanha e França apresentam apenas cinco ou seis feriados anuais, enquanto que Portugal tem perto de dez feriados. Estes países encontram-se com uma economia muito mais desenvolvida que a nossa, pois os feriados têm um prejuízo de cerca de um bilião de euros anuais na economia portuguesa. Os feriados religiosos em Portugal são cerca de quatro ou cinco, se não os comemorássemos reduzíamos o prejuízo para praticamente metade o que ajudaria muito a nossa economia.
Um dos argumentos que o estado usa a favor da comemoração dos feriados católicos é a nossa história de povo proselitista, de grandes divulgadores da fé cristã. O estado deveria analisar cuidadosamente se vale mesmo a pena sermos conhecidos como um estado católico ou como um estado com ânsia de evoluir procurando sempre soluções para melhorar, pois ao fim ao cabo, como foi refutado nos primeiros argumentos, as comemorações religiosas prejudicam-nos socialmente e economicamente.
Concluo este ensaio com a seguinte questão: se há efectivamente pessoas de religiões diferentes e se os feriados religiosos acabam por nos retardar o crescimento económico, por que razão plausível havemos de comemorá-los?

domingo, 17 de junho de 2012

Ensaio: religião e sociedade

Por Inês Leite, 10.º A
Fonte da imagem: http://www.benitopepe.com.br/2010/11/21/religiao-versus-ciencia/


“No princípio, Deus criou os Céus e a Terra “. Para muitos esta frase continua ser a base das suas crenças. Eu, sou uma pessoa que acredita naquilo que vê e na justificação de factos com base no conhecimento humano e científico. Ao longo dos tempos, a Ciência tem vindo a contradizer muitos das verdades inquestionáveis assumidas pela religião.
Vejamos então um exemplo desta situação: Durante muitos anos Copérnico, Galileu ou Kepler mantiveram as suas teorias acerca do sistema solar e o movimento dos planetas, na “gaveta”. Temiam chocar a mentalidade religiosa da sociedade da altura: as teorias contradiziam as verdades reveladas pela Bíblia e ameaçavam a fé. À partida deve ser dada mais importância, existindo uma contradição entre a ciência e a religião, à ciência, mas continuemos a analisar o problema.
Por que razão a Igreja sempre condenou a Ciência? A Ciência sempre teve um elevado potencial para colocar em xeque os mitos e os dogmas da igreja.
Por outro lado, a religião deverá ser um meio de pacificação social, reguladora da conduta humana, uniformizando os valores éticos e morais de uma sociedade. Ao invés, as guerras santas, os tribunais de inquisição, são exemplos de erros cometidos ao longo da história, com a intenção da Igreja provar o seu poder.
A falta de adaptação aos tempos actuais, que a Igreja tem demonstrado, nomeadamente no que diz respeito a temas como a sexualidade, ou ao matrimónio de sacerdotes, tem levado a um afastamento entre a sociedade e a Igreja.
Ao seguir a ciência baseio-me em algo concreto, palpável e suportado por dados, enquanto, se basear as minhas decisões na religião, baseio-me em mitos e em algo abstracto, algo que para se obter uma solução concreta é bastante complicado.
Uma das célebres frases de Karl Marx foi: “ a religião é o opio do povo". Por vezes, a religião é uma idealização das aspirações do povo que não podem ser satisfeitas de imediato. É isso que Marx queria dizer ao chamar a religião de "ópio do povo": ela alivia a dor mas, ao mesmo tempo, torna-nos indolentes, nublando a nossa percepção da realidade e tirando-nos a vontade de mudar.

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