O estado deve comemorar feriados religiosos?
Por Patrícia Baronet, 10.º C
Fonte da imagem: http://www.tasteofhome.com/Recipes/Holiday---Celebration-Recipes/Hanukkah-Recipes/The-Story-of-Hanukkah
Ao longo dos anos Portugal tem-se apresentado efectivamente como um estado católico, onde a fé católica tem-se alastrado entre a população e passado de geração em geração, encontrando, obviamente, pessoas mais resistentes que preferem seguir uma religião diferente de acordo com as suas respectivas crenças. Devido a uma larga maioria seguir o catolicismo, o estado português decidiu comemorar os respectivos dias simbólicos desta mesma religião, mesmo sabendo que “maioria” não significa “um todo”.
Na minha opinião, o estado deveria apresentar-se
neutro a qualquer religião, não impondo feriados a quem não segue, neste caso,
a fé católica. Ou seja, como obviamente nem toda a população é católica não
deveriam ser obrigados a comemorar um feriado que efectivamente não lhes diz
nada. Quando política e religião se misturam e o estado opta por ter como referência
as crenças de uma certa religião, isso põe em causa o livre-arbítrio da
população que não segue “aquela” religião. Nós, seres humanos, somos dotados de
racionalidade e livre-arbítrio e a interferência do estado com esse
livre-arbítrio não é admissível, ou seja, um indivíduo que não segue a fé
católica não deveria ser obrigado a comemorar um feriado, que como já referi
anteriormente, não lhe diz nada.
A situação económica em que Portugal se encontra
actualmente também não é das melhores para a imposição de feriados religiosos.
Países como a Alemanha e França apresentam apenas cinco ou seis feriados
anuais, enquanto que Portugal tem perto de dez feriados. Estes países
encontram-se com uma economia muito mais desenvolvida que a nossa, pois os
feriados têm um prejuízo de cerca de um bilião de euros anuais na economia
portuguesa. Os feriados religiosos em Portugal são cerca de quatro ou cinco, se
não os comemorássemos reduzíamos o prejuízo para praticamente metade o que
ajudaria muito a nossa economia.
Um dos argumentos que o estado usa a favor da
comemoração dos feriados católicos é a nossa história de povo proselitista, de
grandes divulgadores da fé cristã. O estado deveria analisar cuidadosamente se
vale mesmo a pena sermos conhecidos como um estado católico ou como um estado
com ânsia de evoluir procurando sempre soluções para melhorar, pois ao fim ao
cabo, como foi refutado nos primeiros argumentos, as comemorações religiosas
prejudicam-nos socialmente e economicamente.
Concluo este ensaio com a seguinte questão: se há
efectivamente pessoas de religiões diferentes e se os feriados religiosos
acabam por nos retardar o crescimento económico, por que razão plausível
havemos de comemorá-los?
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