sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vale a pena ler! - O Capote

Na Biblioteca: Nikolai GOGOL- Histórias de São Petersburgo e outros contos, Lisboa, Expresso, 2006; n.º de reg.º: 25757; Cota: 8L RUS 34 GOG

Fonte da imagem: http://4.bp.blogspot.com
Nicolai Gogol é um dos grandes nomes da literatura russa e, talvez, um dos mais originais. Há poucos anos foi editada uma colectânea de contos deste autor sob o nome Histórias de São Petersburgo e outros contos. Esta colectânea surpreende-nos com contos inesperadamente surrealistas - por vezes, profundamente cómicos - que parecem ter sido escritos por autores do nosso tempo.
Neste tom, Gogol sublinha o absurdo das vidas pequenas, mesquinhas, desencontradas e tristes dos habitantes da grande cidade imperial de São Petersburgo. Porém, os homens e mulheres das suas histórias são curiosamente semelhantes às pessoas que nos rodeiam. Esse traço de universalidade é uma característica das obras que foram escritas para a humanidade de todos os tempos.

O personagem do conto O capote, um homem baixo, bexigoso, arruivado, calvo, apagado e um pouco estúpido é o mais insignificante dos escriturários de uma repartição pública. Apesar da sua indiferença pelas modas, vê-se na necessidade de comprar um capote novo. Este objectivo passa a ocupar inteiramente os seus dias e dedica-se a ele obsessivamente. Já que tem de ter um capote novo, que seja de bom corte, confeccionado por um bom alfaiate. As suas economias, amealhadas com tanto sacrifício, seriam gastas naquele capote novo, que o fariam notado pelos seus chefes e seria a inveja dos seus colegas da repartição. Akáki Akakiévitch (é o estranho nome do personagem, que nascera destinado a ser insignificante) chega a sonhar com o capote e em como este o colocaria sobre um pedestal... ou uma caixa de sabão. Durante um período de algumas semanas, o capote torna-se a finalidade e a justificação da sua vida.

Quando finalmente Akáki Akakiévitch estreia o seu capote, durante um passeio ao entardecer, um ladrão agride-o e rouba-lho...

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