A Bíblia está cheia de erros
José Rodrigues dos Santos – O último segredo
Tomás Noronha é um quase jovem historiador a quem foi lançada a praga chinesa “oxalá vivas tempos interessantes”. É uma daquelas pessoas que parecem estar cobertas do mel de que se alimentam os sarilhos. José Rodrigues dos Santos terá imaginado este seu personagem a ler O código Da Vinci num quarto de hotel em Roma, antes de ser acordado pela visita da polícia.
Pouco depois, Tomás Noronnha teria uma espécie de dejá vú quando o confrontaram com o corpo morto de uma colega sua que havia sido assassinada na Biblioteca do Vaticano. O livro que permanecia aberto junto do cadáver era o mais antigo exemplar da Bíblia. Das linhas das suas páginas Tomás Noronha desenrolou um fio de perguntas e mistérios que o conduziria pelo labirinto de erros e fraudes espalhados entre palavras que deveriam ter sido inspiradas por Deus e pelas quais se levantaram reinos e caíram impérios.
Estes erros e omissões do Novo Testamento foram acidentais ou propositados? Quem conspirou para alterar aquele texto sagrado? Qual é o objectivo do seu plano? Quem anda a assassinar aqueles que se atrevem a investigar estes problemas?
Neste romance, José Rodrigues dos Santos mantém o seu estilo: com a sua linguagem simples conduz-nos por narrativas paralelas, por vezes cruzadas, e faz-nos passar por planos para nos contar uma história que vemos correr na nossa imaginação como se fosse um filme. Enquanto isso, com o olhar de historiador de Tomás Noronha despe o Novo Testamento dos mitos que lhe foram acrescentados e infinitamente repetidos por milhares de pessoas que, sem nunca o terem lido, acreditam que o conhecem profundamente. Trata-se de um atentado às fés cristãs? Pelo contrário: trata-se de uma oportunidade de pensarmos sobre a raíz da fé e de tudo o que se fez em seu nome, ao mesmo tempo que nos empolgamos com uma história bem contada.
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